O jornalista Fernando Ferreira do "Entre-Rios Jornal" fez uma belíssima homenagem para Josemary Vasconcelos Corrêa, sua conterrânea. Eis a reportagem de Fernando Ferreira:
Três Rios - 01/07/2008
Há 40 anos o Brasil assistia admirado a beleza de uma trirriense
Favorita. Desta forma a bela jovem trirriense Josemary Vasconcelos Corrêa, aos 18 anos, via seu sonho começar a se concretizar, afinal, aos 9 anos de idade, a menina cheia de planos havia prometido à mãe, Odete (hoje com 83 anos), que um dia a levaria para viajar por vários lugares do país. No dia 1º de junho, no Clube Tamoio, em São Gonçalo-RJ, Josemary foi eleita Miss Estado do Rio de Janeiro, representando Três Rios. Conforme conta, ela foi indicada praticamente às vésperas do concurso estadual pelo Caer – Clube Atlético Entre-Rios, na época presidido por Michel Farah. “Foi tudo muito rápido. Eu saí de Três Rios e tive uns ensaios com uma pessoa da Socila, que me ensinou algumas técnicas de postura e desfile, me fazendo inclusive usar um livro sobre a cabeça”, conta Josemary. No Tamoio, a maioria das mães estavam nervosas e ansiosas na expectativa do resultado, mas dona Odete não; estava calma e parecia confiante, tanto que foi eleita a mãe mais calma do concurso, presenteada com a vitória da filha. No dia 29 de junho de 1968, Josemary pisava no palco do Maracanãzinho, onde cerca de 25 mil pessoas aplaudiam a nossa trirriense entre as 25 candidatas que concorriam ao título de Miss Brasil 1968. O desfile foi transmitido pela extinta TV Tupi, e, segundo um site especializado no assunto (www.missesdobrasil.com), foi um dos mais disputados da história do concurso. Josemary conta que usou um traje homenageando a Condessa do Rio Novo, inclusive com o leque original, que fora emprestado pela família da Condessa, que o entregou no momento em que ela pisava na passarela, e ela devolveu a relíquia quando terminou o desfile. Caravanas saíram de Três Rios para a antiga Guanabara para torcer pela bela jovem, representante máxima da beleza da mulher fluminense no mais tradicional concurso do gênero no país. “Fizeram até uma música pra mim, como fazem hoje em dia nos estádios de futebol”, relembra Josemary. Muita emoção ao ser anunciada a sua classificação entre as 8 semifinalistas. Logo depois, mais emoção ainda ao estar a representante do Estado do Rio de Janeiro entre as quatro finalistas do Miss Brasil 1968. Ao ser anunciado o resultado, a nossa miss havia ficado com a quarta colocação. Ela, inclusive, foi premiada como sendo a mais bela sem maquiagem. Na época não era permitida qualquer mudança estética; no máximo uma peruca. Maria da Glória Carvalho (Miss Guanabara e Miss Beleza Internacional) ficou em 3º lugar e Ângela Carmélia Stecca (Minas Gerais) ficou em 2º lugar. A eleita, a bela baiana Marta Vasconcelos, representou o Brasil no Miss Universo no dia 13 de julho de 1968 em Miami, na Flórida-EUA, sendo eleita a mulher mais bela do mundo com seus 1,75m de altura, 59 Kg, 59 cm de cintura, 93 cm de busto e de quadris, 55cm de coxa e 21 cm de tornozelo, medidas perfeitas, como a imprensa propagava na época e que a fizeram entrar para a história como uma das brasileiras eleitas no Miss Universo, sendo Ieda Maria Vargas a primeira a ser eleita Miss Universo em 1963. Mas Josemary, mesmo não sendo eleita Miss Brasil, recebia o carinho das pessoas que admiravam sua beleza. Numa das páginas da revista Manchete (13/07/1968) sob o título “Estas são as oito moças mais bonitas do Brasil, na opinião unânime do júri e do público presente ao Maracanãzinho”, sua foto entre as oito semifinalistas estava sobre a legenda: “Josemary Corrêa, é a própria jovialidade. Sua juventude, em forma e espírito, contribuiu muito para a conquista do quarto lugar. O rosto perfeito e a plástica invejável colocaram-na logo entre as favoritas. Cursa o terceiro ano normal e pretende estudar psicologia e pintura – além de lecionar às crianças de seu estado”. Logo depois do concurso, a bela jovem trirriense recebeu um telefonema da mãe da segunda colocada, dizendo para ela se preparar para representar o Brasil no Miss Mundo, pois sua filha, a Miss Minas Gerais (2º colocada), tinha brigado com o noivo que a proibiu de participar do concurso internacional, o que foi logo resolvido e a mineira foi participar do evento. O retorno de Josemary para Três Rios foi uma grande festa. Parecia que ela havia trazido para Três Rios o título máximo da beleza brasileira. A jovem era a prova cabal da beleza das mulheres da nossa região. Tanto que, na eleição da Miss Rio de Janeiro 1969, ela passava a coroa para Maria Aparecida Leite, eleita Miss Rio de Janeiro, representando Paraíba do Sul. Josemary, que está casada há 33 anos com o engenheiro Cláudio Nasser com quem tem três filhas e um filho, guarda com carinho o acervo de fotos, reportagens, cartas e objetos de valor incomensurável. Um passado que ainda persiste em sua memória diante de todo o glamour dos desfiles, na época muito valorizados em todo o país. Se reviveria tudo de novo, ela declara: “Faria tudo novamente, pois foi um momento muito importante e especial em minha vida”. Ela assegura que sua participação nos concursos de beleza não subiu a sua cabeça, pois se manteve com a mesma humildade. Mas acha que hoje a beleza é escravizada, quando que na época tudo era muito natural. Colaborou o missólogo Raimundo Junior/ Fortaleza-CE
Autor: Fernando Ferreira
Para ver o original acesse: http://www.entreriosjornal.com.br/index2.php?code=11755
Publicado com a autorização do autor
Fotos: Revista Manchete, Revista do Sul e O Cruzeiro
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